Nossa Senhora da Guia de Mangaratiba

A aldeia foi estabelecida, principalmente, com índios tupiniquins trazidos de Porto Seguro por Martim de Sá (governador da capitania do Rio de Janeiro, por duas vezes: 1602-1608;1623-1632), aos quais se misturaram outros vindos de diversas aldeias. Martim de Sá cedeu terras para que os índios nelas se estabelecessem e as cultivassem. Não teve missionários, até o século XVIII , quando lhes foram designados padres capuchos, os mais rígidos entre os missionários. A presença de brancos se intensificaria a partir da criação da freguesia de Mangaratiba em 1764. O período compreendido entre o final do século XVIII e o início do XIX foi marcado pelos conflitos entre índios e não índios em torno da administração das terras e do provimento dos cargos de liderança na aldeia. Em 1802 foi desanexada do termo da vila da Ilha Grande, passando a fazer parte da vila de Itaguaí, erigida em 1820. Em 1831, Mangaratiba foi elevada à categoria de vila, o que levou um juiz de órfãos, em 1835, a considerar que não havia mais aldeia naquela região, por estarem os índios espalhados, fazendo parte da população geral. Porém, no mesmo documento, o próprio juiz indicava que os poucos índios ali  instalados ainda cultivavam parte das terras de sua doação, enquanto a outra parte era aforada para o sustento dos índios necessitados. Já em 1843, a Câmara Municipal tentava se apropriar das terras das aldeias, reforçando seu pedido ao governo provincial em 1854 e 1855 e ao Senado do Império em 1858, indicativo de que não obtiveram sucesso na solicitação. No entanto, em 1864, o aldeamento foi tido como extinto pelo juiz de órfãos de Mangaratiba.

 

Bibliografia

 

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