Santo Antônio de Pádua

A aldeia de Santo Antônio de Pádua foi criada em 1833 na margem meridional do Paraíba, confluência com o rio Pomba, área em que foi erguida uma capela pelo padre Antônio Martins Vieira. Foi instalada  em uma região de forte presença de índios puris e vizinha a territórios habitados por coroados, inimigos dos primeiros. Segundo a documentação da época, os puris não se estabeleceram definitivamente na aldeia, mas mantiveram relações com este e outros núcleos missionários, como a aldeia da Pedra e a aldeia de São Fidélis. Conviveram, inclusive com os coroados, com os quais trabalharam em fazendas vizinhas durante a década de 1850, o que permite sugerir uma diminuição do caráter belicoso dessas relações. A aldeia foi elevada à categoria de freguesia, em 1846, e foi transformada em município em 1882, sendo este, provavelmente, o mesmo período em que a aldeia foi extinta, embora possam ser computados índios vivendo na região, conhecidos sob a denominação de coroados, puris, coropós ou caboclos.

 

Bibliografia

ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Metamorfoses Indígenas: identidade e cultura nas aldeias coloniais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, Arquivo Nacional, 2003.

BUSTAMANTE, Heitor. Sertões dos Puris: história do município de Santo Antônio de Pádua. Niterói: Secretaria de Educação e Cultura do Rio de Janeiro, 1971.

MALHEIROS, Márcia. Homens da fronteira. Índios e capuchinhos na ocupação dos sertões do Leste, do Paraíba ou Goytacazes. Séculos XVIII-XIX. Niterói: UFF, 2008. Tese de doutorado.

SILVA, Joaquim Norberto de Souza e Silva. “Memória Histórica e Documentada das Aldeias de Índios do Rio de Janeiro”. Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil. Rio de Janeiro.v. 62, 3ª série, n.14, 1854. p.229-242.