Casa de morada, capela e jardins. A Campo Alegre é um bom exemplo de implantação da unidade de produção de café no Vale do Paraíba. O sítio ocorre em uma chapada localizada em um vale, cortado pelo rio das Flores e cercado de morros, ora cobertos de florestas, ora com cafezais e pastos. Ao centro, o terreiro de secagem de café com a casa de morada situada em uma das faces do quadrilátero funcional, posição que possibilita ao senhor da fazenda uma visão de 360º em torno de sua morada, principalmente dos morros que a rodeiam. Ao longo do século XIX, as casas de moradas, residência dos proprietários da fazenda sofreram várias influências arquitetônicas, do colonial mineiro, passando pelo neoclássico, ao eclético francês do final do século XIX. Dividiam-se em muitos salões, salas, saletas, inúmeras quartos, alcovas e cozinhas com fogões e fornos a lenha. A área social e comercial era disposta na parte de entrada da residência. A área íntima, restrita aos proprietários da fazenda e agregados, ficava na parte posterior da construção. Havia também a área de trabalho ou de serviço constituída de cozinha, despensa, sala de almoço, sala de costura e engomar, onde trabalhavam os escravos que atendiam exclusivamente a família do fazendeiro. O posicionamento das casas de morada em relação às demais construções também seguia uma estratégia funcional. Situadas, em geral, a cavaleiro dos morros em um plano muito mais elevado e na proximidade de uma fonte de água, seguiam a orientação do nascer e do pôr-do-sol, para evitar ambientes insalubres.